sábado, 26 de junho de 2010

Dissertando - Dunga e as críticas

Eu não costumo falar de futebol. Adoro assistir aos jogos, vibro até com Eslovênia e Eslováquia, mas não meto o bedelho nas mesas redondas, não sou expert no assunto e não gosto de ver os outros pondo minha opinião em dúvida.

Mas, na atuação situação, eu preciso falar. Não exatamente sobre o futebol, mas sim, sobre a seleção brasileira. O jogo contra Portugal foi muito ruim, nossos jogadores deram um show de merda nenhuma. Lúcio e Júlio César foram os únicos que mostraram serviço, ganharam ainda mais pontos comigo e tenho certeza que também estão muito infelizes com o resultado. A gente percebe nas entrevistas feitas após o jogo.

Aí chegamos ao ponto central do meu texto: as entrevistas após o jogo. Ontem, o Maicon falou com os pais em uma dessas entrevistas da Globo e disse: “Quero mandar um beijo pro meu pai e pra minha mãe, ‘tô’ o maior tempo ‘trancado’ aqui com os companheiros(...)”. Eu assisti e não vi nada de preocupante. Mas aí vem a Central da Copa, passa esse trecho da conversa e faz o maior carnaval e torno da palavra “trancado”.

Quando eu estou de férias e passo três dias seguidos sem sair, digo que estou trancada. Não significa que exista um monstro mau me prendendo em casa, apenas que eu estou em casa por muito tempo.

Acontece que, recentemente, todos acompanhamos o bafafá que rolou entre o Dunga e a Globo. A Fátima Bernardes não conseguiu através de Dunga uma entrevista com os jogadores e usou a influência da emissora pra falar com o Ricardo Teixeira, presidente da CBF. O Dunga, lógico, não gostou e xingou alguns jornalistas durante a coletiva. O Tadeu Schimidt, então, leu um texto pouco educado falando que o técnico da seleção “não adotava uma postura condizente com alguém tão vitorioso no esporte”.

O empate com Portugal foi a oportunidade que estava sendo esperada pra falar de Dunga. Pra dizer que ele não convocou os jogadores certos, que ele é tirano e não deixa os jogadores saírem, passearem, aparecerem, se divertirem, darem entrevistas exclusivas à Globo.

Mas, por que ninguém critica os jogadores?

Criticam sim, criticam o Felipe Melo. Engraçado, justamente o jogador que era chamado de “Dunga Jr”. Felipe Melo é realmente um jogador esquentado, mas os críticos não se lembram que ele foi o jogador mais veloz e o terceiro no “ranking” em distância percorrida durante a partida contra a Costa do Marfim.

Na verdade, elogiar não dá dinheiro e não dá ibope. Ninguém quer te ver rasgando seda pra alguém, querem te ver metendo o pau nos outros. As piadas falam mal, os programas de fofoca falam mal, os humoristas de twitter e tv falam mal, os blogs de humor falam mal, os vloggers (de humor) falam mal. Mas isso é assunto pra outro momento...

Nenhum comentário:

Postar um comentário